Na manhã deste domingo, 29, aconteceu a 9ª Romaria Franciscana. Neste ano, com o tema “Eu vim para servir”, a romaria reuniu centenas de franciscanos que fizeram a peregrinação em oração e agradecimento até o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Ao caminhar, Frei Jair da Cruz explicou o sentido do tema escolhido para a Romaria neste ano: “Pegando a linha da Campanha da Fraternidade, onde o Papa Francisco nos chama para ser uma Igreja em saída, a gente se coloca a serviço dos menores, nós como família franciscana queremos mostrar essa adesão à Campanha, mostrando a nossa solidariedade aos mais necessitados, às pessoas que realmente estão precisando ser servidas com o Evangelho. Através dessa caminhada, estamos nos colocando a serviço do Reino. É sempre importante servir ao próximo”.

De acordo com o Frei Marco Aurélio, chegar ao Santuário é uma satisfação.“É sempre emocionante chegar ao Santuário do Divino Pai Eterno. O acolhimento é muito bom e vale a pena o esforço da caminhada”.

Foram cerca de 4h de caminhada pela Rodovia dos Romeiros. Os franciscanos foram acolhidos no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, onde participaram da Santa Missa, que também teve a presença de centenas de romeiros.

“Vale a pena todo o esforço! Quem ainda não veio, deve vir. Eu venho todos os anos em agradecimento por tantas graças que tenho recebido”, afirmou a romeira Elizabeth Fleury ao seguir a pé, pela Rodovia dos Romeiros, o caminho até a Capital da Fé de Goiás.

Assim como ela, centenas de romeiros fizeram a peregrinação neste primeiro domingo de Romaria. Cheios de emoção, os devotos chegaram ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e participaram das celebrações de mais uma Festa em Louvor ao Divino Pai Eterno.

Também em agradecimento ao Divino Pai Eterno, a romeira Selenita Maria de Souza, fez a peregrinação após receber uma bênção. “Fui curada. Graças a Ele estou bem e por isso irei cinco anos a pé até Trindade para agradecê-lo. O Pai Eterno é a minha força, Ele já me deu muita saúde. Hoje, só tenho que agradecer!”, disse.

De Anicúns (GO), as pequenas Lorena Borges, 6 anos; e Isadora Borges, 8 anos, fizeram, com a família, a caminhada de fé. “Elas seguem até quando conseguem, andam em média 12 km. Já é o quinto ano que venho, é uma devoção de família, nós fazemos isso há muito tempo e estamos passando para as próximas gerações”, afirmou Raquel Borges, mãe das meninas.

Movimentação na Casa do Pai

Além da grande quantidade de peregrinos fazendo o percurso entre Goiânia e Trindade, o domingo também foi marcado pela presença expressiva de romeiros no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, que vieram para pedir ou agradecer bênçãos.

Devota do Divino Pai Eterno há muito tempo, Renata Garcia Pereira veio cumprir uma promessa e trouxe seu filho, Murilo Garcia Monteiro, 9 meses, vestido de anjinho. “Eu fiquei grávida em 2013 e perdi o neném com dois meses de gestação. Depois, fiquei com medo de engravidar de novo, mas foi da vontade de Deus, e engravidei. Prometi que se ele nascesse com saúde eu o traria aqui na Basílica para apresenta-lo ao Pai Eterno”, contou.

O Espaço do Romeiro está localizado na Praça do Santuário Basílica durante os dez dias da Romaria 2015. Por lá, os romeiros encontram, logo na entrada, a maquete do Novo Santuário. Muita gente para e vê de perto como vai ficar a igreja quando estiver pronta. A beleza e o tamanho da construção chamam a atenção de quem passa pelo local.

“Estou achando muito interessante, muito bonito. Acredito que vai ficar muito bonita”, afirmou a romeira Cleusa Divina dos Reis.

Logo ao lado fica o estande da Afipe, onde estão sendo feitos cadastros de devotos que desejam se tornar associados da Associação Filhos do Pai Eterno. No estande do Sebrae, o romeiro encontra informações sobre os pontos turísticos de Trindade, hotéis e restaurantes.

No Espaço do Romeiro também funciona a Central de Atendimento ao Turista (CAT) e ainda o estande da Polícia Civil, onde, quem perder documento ou objetos pessoais, pode registrar o boletim de ocorrência. Já quem encontrar algum documento ou objeto perdido no Santuário ou nas imediações, pode entregar no Ponto de Encontro. É feito um cadastro e a pessoa que perdeu o objeto, pode buscar.

Por lá, também ficam as rádios Difusora e Vox Patris, de onde programações são transmitidas ao vivo aos ouvintes. Na sala de imprensa, os veículos de comunicação encontram apoio para a cobertura da Romaria. A romeira Elizabeth Vieira passou no estande do Serviço de Animação Vocacional. Ela contou que veio em busca de orientações: “Eu tenho um filho de dez anos que quer ser padre, então eu vim em busca de informações com ele, uma orientação para ver como eu faço”.

O Espaço do Romeiro também conta com o estande dos correios e da Livraria Paulinas. Muita gente vem em busca de artigos religiosos. “Está muito interessante, tem muita coisa bonita, boa, para as crianças e adultos lerem”, afirmou a romeira Sandra Banoski.

O local fica aberto das 6h às 22, durante toda a Romaria.

As riquezas acumuladas para si estão na origem das guerras, das famílias destruídas e da perda de dignidade. A luta cotidiana é, ao invés, administrar as riquezas da terra para o bem comum. Este é um dos trechos da homilia do Papa na Missa desta sexta-feira (19/06), na Casa Santa Marta.

“As riquezas, disse o Papa, não são “como uma estátua”, paradas, sem exercer influência na vida de uma pessoa. “As riquezas – constatou – têm a tendência a crescer, a se movimentar, a ocupar um lugar na vida e no coração do homem. E se é o acúmulo a impulsionar o homem, as riquezas acabarão por invadir o seu coração, tornando-o “corrupto”.

Tesouro verdadeiro

Francisco se inspirou no Evangelho do dia, em que Jesus ensina aos discípulos a seguinte verdade: “Onde está o teu tesouro, aí estará também teu coração”. E adverte: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e os ladrões arrobam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus”. Para o Papa, na raiz do acúmulo “há a necessidade de segurança”. Mas o risco de se tornar escravos é alto:

“No final, essas riquezas não dão a segurança para sempre. Pelo contrário, levam embora a sua dignidade. E isso também nas famílias: há tantas que estão divididas. Também na raiz das guerras há esta ambição, que destrói e corrompe. Neste mundo, neste momento, há tantas guerras por avidez de poder, de riquezas. Pode-se pensar na guerra em nosso coração. ‘Afastem-se de toda ganância!’, assim diz o Senhor. Porque a ganância avança, avança, avança… É um degrau, abre a porta: depois vem a vaidade – acreditar ser importante, poderoso.. – e, por fim, o orgulho. E a partir dali todos os vícios, todos. São degraus, mas o primeiro é este: a ganância, a vontade de acumular riquezas”.

Conversão

Francisco reconhece também que “acumular é uma característica do homem” e que “fazer as coisas e dominar o mundo é também uma missão”. E esta é a luta de todos os dias: como gerir bem as riquezas da Terra para que sejam orientadas ao Céu e se tornem riquezas do Céu”:

“Há uma coisa verdadeira, quando o Senhor abençoa uma pessoa com as riquezas: faz dela o administrador daquelas riquezas para o bem comum e para o bem de todos, não para seu próprio bem. E não é fácil se tornar um honesto administrador, porque existe sempre a tentação da ganância, de se tornar importante. O mundo nos ensina isso e nos leva para esta estrada. Pensar nos outros, pensar que aquilo que tenho está a serviço dos outros e que nada que possuo levarei comigo. Mas se uso o que o Senhor me deu para o bem comum, como administrador, isso me santifica, me fará santo”.

Bom administrador

Com frequência, observou o Papa, ouvimos “tantas desculpas” das pessoas que passam a vida acumulando riquezas. Da nossa parte, disse Francisco, “todos os dias” devemos nos questionar: ‘Onde é o teu tesouro? Nas riquezas ou nesta administração, neste serviço pelo bem comum?”:

“É difícil, é como brincar com o fogo! Muitos tranquilizam a própria consciência com a esmola e dão o que sobra. Isso não é ser administrador: o administrador pega para si o que sobra e dá tudo aos outros. Administrar a riqueza é um despojar-se continuamente do próprio interesse e não pensar que essas riquezas nos darão a salvação. Acumular sim, tudo bem; tesouros sim, tudo bem, mas os que têm preço – digamos assim – na “bolsa do Céu’. Ali, acumular ali!”.