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Como surgiu a Oração mariana do Angelus?

 

Milhares de pessoas reúnem-se ao meio-dia de domingos e Dias Santos na Praça São Pedro, para acompanhar a Oração mariana do Angelus conduzida pelo Papa Francisco.

Jul 28, 2014

 

Mas, como se desenvolveu esta tradição?

oracao mariana do angelusA recitação do Angelus, acompanhada pelo badalar dos sinos das igrejas, teve início no século XIII, de grande devoção mariana.

Era chamada na época de “oração da paz”, pois o objetivo era honrar o Filho de Deus que, encarnando-se no seio da Virgem Maria, colocou os fundamentos da paz entre Deus e os homens.

A oração era rezada somente no início da noite, pois se acreditava que o Arcanjo Gabriel apresentou-se a Virgem Maria ao entardecer.

Inicialmente era composta pelas palavras da primeira parte da Ave Maria, repetidas diversas vezes. Somente mais tarde assumiu a fórmula rezada atualmente.

Alguns defendem que a prática tenha nascido na Alemanha, no início do século XIII, baseados em expressões marianas escritas em sinos.

Outros atribuem a origem da prática mariana a Gregório IX, (por volta de 1241), o Papa que foi eleito aos 85 anos.

A primeira notícia precisa sobre o Angelus Domini remonta a 1269, período em que São Boaventura de Bagnoregio, conhecido como “dr. Serafico”, foi Geral da Ordem franciscana.

De fato, durante o Capítulo Geral dos Frades Menores realizado em Pisa, foi prescrito aos frades a saudação a Nossa Senhora todas as noites, com o som dos sinos e a recitação de algumas ‘Ave Marias’, recordando o mistério da encarnação do Senhor.

Foi estabelecido também, que nas pregações, “os freis deveriam persuadir o povo a saudar algumas vezes a Bem aventurada Virgem Maria ao som do sino de Compieta, à noite”.

Já no Sínodo de Strigonia (Hungria), em 1307, um Decreto prescreveu que os sinos deveriam tocar todas as noites “instar tintinnabuli” (docemente) e os fiéis que tivessem recitado três Ave Marias receberiam indulgência plenária.

Com o passar do tempo, a oração passou a ser rezada também durante a manhã, a partir de 1400. Mas foi o Papa Calisto III, em 1456, que prescreveu o baladar dos sinos do Angelus também ao meio-dia com a oração de três Ave Marias.

Por fim, um Sínodo realizado em Colônia no início do século XV, estabelecia claramente: “De agora em diante, todos os dias, em cada igreja, no nascer do sol, seja tocado três vezes os sinos como se costuma fazer ao entardecer, para saudar a Virgem gloriosíssima”.

E se concedia indulgência àqueles que, durante o tocar dos sinos, tivessem recitado três Ave Marias.

O Papa Paulo VI, incluiu a oração no documento Marialis cultus, exortando a manter vivo o costume de recitá-la diariamente. O Angelus também foi uma oração muito cara ao Papa João Paulo II, que a constituiu momento de encontro com fiéis de todo o mundo, na Praça São Pedro.

O Angelus do meio-dia – hoje o mais difundido, mesmo porque é vivido como forma de parada nos cansaços do dia e elevação do pensamento a Mãe do Céus – foi o último a ser introduzido na prática dos fiéis e difundiu-se muito lentamente.

Em 1475, o Rei da França, Luis XVI, obteve do Papa Sisto IV que fossem concedidos 300 dias de indulgência àqueles que “ao meio-dia recitassem devotamente três Ave Marias pelo bem da paz e a unidade do Reino”.

Tal prática – chamada por isto ‘a Ave, Maria da paz” – foi logo colocada em relação com a Ave Maria da noite e transformada no Angelus do meio-dia.

Sob o Pontificado do Papa Sisto IV (1471-1484) o Angelus do meio-dia foi introduzido também na Inglaterra, a pedido da Princesa Elizabeth, futura mãe de Henrique VIII.

Em um livro de orações de 1526 se especificava que Sisto IV havia concedido especial indulgência a quem tivesse recitado “três Ave Marias às 6 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde”.

Pio XII inaugurou o encontro com os fiéis, assomando à janela do escritório do palácio Apostólico para “dar uma palavra de fé aos fiéis e a bênção e João XXIII introduziu outras palavras à oração do Angelus.

Já a primeira ‘transmissão’ do Angelus festivo ocorreu com o Papa Pio XII, em 15 de agosto de 1954, em Castel Gandolfo, por ocasião da convocação do Ano Mariano Universal. Antes da oração, o Padre Francesco Pellegrino explicou a importância do acontecimento e o significado da homenagem a Maria, desejada “para que todos os fiéis pudessem unir-se ao Papa na saudação a Mãe de Deus”.

 

Fonte: Rádio Vaticano